sábado, 20 de junho de 2009

Saia Xadrez e meia 3/4

Não é a toa que no primário eu era chamada de Mônica (sim, aquela da história em quadrinhos, Maurício de Sousa). Era super bravinha, ou melhor sou. Estudava num colégio de freiras em Moema. Usava saia xadrez, meia branca 3/4, blusa branca de gola azul, tênis branco e fita no cabelo. Esse era o uniforme obrigatório na época.

A hora do recreio era o momento mais esperado. Brincava de pega-pega, ou polícia e ladrão. Corria cerca de meia hora sem parar e voltava pra sala parecendo um pimentão! O rosto muito vermelho, toda suada mas feliz. Teve o dia inclusive que a irmã me impediu de assistir a aula pois estava muito suada...rs.

Mas foi na primeira série que ocorreu o meu primeiro incidente com um homem. Minha primeira briga séria mas sem ser por motivos passionais. Na verdade nunca tive nenhum interesse naquele menino do cabelo enrolado chamado Vítor.

Era mais um recreio em que estávamos brincando de pega-pega. Eu como de costume trajando a minha saia xadrez. Odiava aquela saia. Não pela saia em si, mas pq por baixo deveria usar um shortinhos mas que eu não tinha. Então por baixo da saia era a calcinha mesmo e aí que todo o problema começou....

O menino do cabelo enrolado, muito engraçadinho, resolveu querer saber qual era a cor da minha calcinha. Mas ao invés dele perguntar ele preferiu averiguar levantando a minha saia. E acho que ele era cego, ou míope ou pior daltônico, pq ele precisou levantar por 3 vezes a minha saia. Já na primeira o alertei do perigo que ele corria. Mas o garotinho do cabelo enrolado era corajoso, ignorou o meu alerta e insistiu.

Não lembro qual era a cor da calcinha hj. Somente lembro do soco que dei no olho dele após a terceira levantada da saia. O menino chorando. Sua sobrancelha sangrando. Multidão ao redor pasma pela minha coragem.

Saí correndo para um lugar afastado da escola. Chorei de medo! Não da diretora ou da mãe do menino, mas da minha própria mãe. Não sabia se ela ia reprovar a minha atitude ou lamentar pq não tinha batido mais naquele menino abusado.

Moral da história: Obviamente saí como vítima. Nada aconteceu e no fundo minha mãe achou o máximo eu ter tomado aquela atitude. Claro que somente um tempo depois que ela admitiu, afinal não podia ficar me encorajando a bater na galera.

Oq eu levei pra minha vida? Homens são assim. Burros, insistentes e só te respeitam qdo vc toma uma atitude intempestiva. O menino do cabelo enrolado nunca mais dirigiu a palavra à mim, mas tb nunca mais ousou levantar a minha saia.

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