2 fatos da atualidade estão afetando diretamente a minha vida. O primeiro é a tal da gripe 'suína' e o segundo é a lei anti-fumo que passará a vigorar a partir de 07/08/2009.
Evitei ao máximo postar sobre esses 2 assuntos pois achei que poderia ser mal interpretada e, pra ser sincera, não estava muito afim de falar sobre temas que pouco me agradam.
Mas vamos lá....
A pandemia da gripe H1N1 já deu oq tinha que dar. Eu como infectologista tenho consciência que não precisava de tanto alarde mas a mídia não poupou esforços para aterrorizar a população. Vamos aos fatos: anualmente muitos idosos morrem devido influenza sazonal. Mas isso nunca teve muita importância, afinal de contas estamos falando de uma população 'improdutiva' e que mais dia menos dia morreria mesmo. A tal da gripe suína, causada por uma variação do mesmo vírus causador da gripe sazonal, causou tanto medo e terror entre a população por alguns fatores. Primeiro, mata crianças, mulheres grávidas e jovens. Segundo, vem acometendo pessoas no mundo todo (oq configura uma pandemia) e, as autoridades sanitárias perderam totalmente o controle sobre ela.
Esclarecimentos: esse vírus tem um tropismo maior pelas vias aéreas inferiores e, em pessoas imunodeprimidas ou com comorbidades (principalmente pulmonares) pode levar a quadros clínicos mais graves com insuficiência respiratória e necessidade de cuidados intensivos.
Oq está sendo muito pouco divulgado é que a mortalidade por esse vírus, o H1N1, é equivalente ao vírus da influenza sazonal, ou seja, menor que 0,5%. Traduzindo, de 1000 pessoas infectadas por esse vírus 5 poderão evoluir para o óbito. Muito? Na verdade não. Será que precisaria assustar tanto a população? Creio que não.
Como sou infectologista tenho uma pergunta a fazer. Pq não é feito diariamente esse alarde sobre a infecção pelo HIV, que não diminuiu sua incidência no último ano, e contrariamente ao esperado vem aumentando entre a população de maior escolaridade? Posso garantir que a morbidade relacionada ao HIV é muito maior que a da gripe A, que basicamente após 4 dias de evolução não tem mais nenhuma implicação na vida das pessoas. Já o HIV....esse não. Mais uma questão, pq não amedrontar diariamente as pessoas quanto ao risco de não se controlar adequadamente a hipertensão ou o diabetes, doenças estas que trazem incapacidades permanentes às pessoas acometidas que sofrem 'derrames' ou infartos do miocárdio secundários às complicações dessas enfermidades?
Resumindo considero importante dar informações adequadas à população leiga mas sem sensacionalismo.
Já o segundo tema em pauta é a tal lei anti-fumo. A partir do dia 07/08 não será mais permitido fumar em vários lugares. Nos últimos dias tem sido mostrado os malefícios do tabagismo passivo. Ontem vi na televisão que uma garçonete que não fuma e atende numa noite em local onde pessoas estão fumando, ao final da sua jornada de trabalho, acumula em seu pulmão uma quantidade de monóxido de carbono equivalente a 10 cigarros fumados. Isso é correto, não?
Eu sou de uma geração conhecida por 'geração saúde', adepta das atividades físicas e anti-tabagismo. Se eu fumo é por completa imbecilidade da minha parte. Desde que pus o primeiro cigarro na minha boca e, isso ocorreu há 14 anos, estava ciente dos malefícios que ele traria à minha saúde e da discriminação que sofreria. Pq por incrível que pareça, já recebi lição de moral de pessoas que não fumam mas que são usuárias de maconha. Entretanto sei que o cigarro é uma droga e causa dependência, química e psicológica. E hj me manifesto não pq fumo, não pensando nas pessoas da minha geração que começaram a fumar, mas sim por todas as pessoas que fumam há décadas e que iniciaram esse 'vício' numa época em que acender um cigarro era charmoso, em que ainda não se conheciam todos os malefícios relacionados ao tabagismo. Num momento em que a preocupação é com a poluição e todas as doenças pulmonares relacionadas, momento em que vigora a vistoria de automóveis para verificar se esses são muito ou pouco poluidores, tenho mais um questionamento. Pq vistoriar carros produzidos a partir de 2002 e deixar de lado todos os veículos produzidos antes e, que sabemos serem grandes poluidores do meio ambiente?
Não defendo que as pessoas sejam tabagistas passivamente mas tenho dúvidas se a proibição do fumo em locais públicos com multas àqueles que transgredirem as leis será a melhor solução. Não acho que um erro justifique outro e que pq existem outras fontes de poluição que levam a doenças respiratórias na população devemos achar natural uma pessoa ficar aturando a fumaça do cigarro alheio. Mas será que proibir o tabagismo dessa forma, sem pensar naqueles diretamente envolvidos é realmente a melhor solução? Realmente não sei. Veremos como tudo ficará a partir de 07/08.
Evitei ao máximo postar sobre esses 2 assuntos pois achei que poderia ser mal interpretada e, pra ser sincera, não estava muito afim de falar sobre temas que pouco me agradam.
Mas vamos lá....
A pandemia da gripe H1N1 já deu oq tinha que dar. Eu como infectologista tenho consciência que não precisava de tanto alarde mas a mídia não poupou esforços para aterrorizar a população. Vamos aos fatos: anualmente muitos idosos morrem devido influenza sazonal. Mas isso nunca teve muita importância, afinal de contas estamos falando de uma população 'improdutiva' e que mais dia menos dia morreria mesmo. A tal da gripe suína, causada por uma variação do mesmo vírus causador da gripe sazonal, causou tanto medo e terror entre a população por alguns fatores. Primeiro, mata crianças, mulheres grávidas e jovens. Segundo, vem acometendo pessoas no mundo todo (oq configura uma pandemia) e, as autoridades sanitárias perderam totalmente o controle sobre ela.
Esclarecimentos: esse vírus tem um tropismo maior pelas vias aéreas inferiores e, em pessoas imunodeprimidas ou com comorbidades (principalmente pulmonares) pode levar a quadros clínicos mais graves com insuficiência respiratória e necessidade de cuidados intensivos.
Oq está sendo muito pouco divulgado é que a mortalidade por esse vírus, o H1N1, é equivalente ao vírus da influenza sazonal, ou seja, menor que 0,5%. Traduzindo, de 1000 pessoas infectadas por esse vírus 5 poderão evoluir para o óbito. Muito? Na verdade não. Será que precisaria assustar tanto a população? Creio que não.
Como sou infectologista tenho uma pergunta a fazer. Pq não é feito diariamente esse alarde sobre a infecção pelo HIV, que não diminuiu sua incidência no último ano, e contrariamente ao esperado vem aumentando entre a população de maior escolaridade? Posso garantir que a morbidade relacionada ao HIV é muito maior que a da gripe A, que basicamente após 4 dias de evolução não tem mais nenhuma implicação na vida das pessoas. Já o HIV....esse não. Mais uma questão, pq não amedrontar diariamente as pessoas quanto ao risco de não se controlar adequadamente a hipertensão ou o diabetes, doenças estas que trazem incapacidades permanentes às pessoas acometidas que sofrem 'derrames' ou infartos do miocárdio secundários às complicações dessas enfermidades?
Resumindo considero importante dar informações adequadas à população leiga mas sem sensacionalismo.
Já o segundo tema em pauta é a tal lei anti-fumo. A partir do dia 07/08 não será mais permitido fumar em vários lugares. Nos últimos dias tem sido mostrado os malefícios do tabagismo passivo. Ontem vi na televisão que uma garçonete que não fuma e atende numa noite em local onde pessoas estão fumando, ao final da sua jornada de trabalho, acumula em seu pulmão uma quantidade de monóxido de carbono equivalente a 10 cigarros fumados. Isso é correto, não?
Eu sou de uma geração conhecida por 'geração saúde', adepta das atividades físicas e anti-tabagismo. Se eu fumo é por completa imbecilidade da minha parte. Desde que pus o primeiro cigarro na minha boca e, isso ocorreu há 14 anos, estava ciente dos malefícios que ele traria à minha saúde e da discriminação que sofreria. Pq por incrível que pareça, já recebi lição de moral de pessoas que não fumam mas que são usuárias de maconha. Entretanto sei que o cigarro é uma droga e causa dependência, química e psicológica. E hj me manifesto não pq fumo, não pensando nas pessoas da minha geração que começaram a fumar, mas sim por todas as pessoas que fumam há décadas e que iniciaram esse 'vício' numa época em que acender um cigarro era charmoso, em que ainda não se conheciam todos os malefícios relacionados ao tabagismo. Num momento em que a preocupação é com a poluição e todas as doenças pulmonares relacionadas, momento em que vigora a vistoria de automóveis para verificar se esses são muito ou pouco poluidores, tenho mais um questionamento. Pq vistoriar carros produzidos a partir de 2002 e deixar de lado todos os veículos produzidos antes e, que sabemos serem grandes poluidores do meio ambiente?
Não defendo que as pessoas sejam tabagistas passivamente mas tenho dúvidas se a proibição do fumo em locais públicos com multas àqueles que transgredirem as leis será a melhor solução. Não acho que um erro justifique outro e que pq existem outras fontes de poluição que levam a doenças respiratórias na população devemos achar natural uma pessoa ficar aturando a fumaça do cigarro alheio. Mas será que proibir o tabagismo dessa forma, sem pensar naqueles diretamente envolvidos é realmente a melhor solução? Realmente não sei. Veremos como tudo ficará a partir de 07/08.
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